sábado, 7 de dezembro de 2013
TEMPO
No nível mais elevado da unidade, não existe tempo.
Este é o nível do Espírito, Deus, existência pura (vejam o capítulo anterior). Neste nível, não existe nenhum desenvolvimento, nenhum “tornar-se”, mas apenas “ser”.
No nível mais baixo da unidade, onde a separação é experimentada mais fortemente, emprega-se uma noção de tempo falsa, linear.
Com “falsa” quero dizer uma noção científica, abstrata de tempo, completamente destituída de subjetividade e conteúdo percebido.
Neste sentido, o tempo é uma estrutura objetiva fora de vocês. O tempo é algo colocado sobre as suas experiências como uma moldura externa.
Um “curriculum vitae”, por exemplo, que vocês enviam quando estão procurando emprego, geralmente consiste dessa descrição objetiva e linear de fatos.
Neste ano eu fiz isto, naquele ano eu me formei em tal escola, etc.
Vocês enfatizam o lado externo, visível, das coisas.
O lado interno das coisas – a motivação, o significado, a subjetividade – é deixado de fora.
Nos níveis energéticos entre a unidade e a separação, o tempo é uma realidade que “flutua” com as suas experiências.
O tempo é uma idéia experimental: uma forma de esculpir a experiência. Nesses níveis, existe tempo, mas ele não é uma coisa independente ou externa às suas experiências.
Por exemplo, nos planos astrais, onde vocês viajam durante o sono e também depois que morrem, não existe “tempo de relógio”.
O tempo do relógio é a tentativa máxima de desconectar o tempo da subjetividade, isto é, de vocês e das suas experiências. É uma grande ilusão.
Nos planos astrais, o tempo é o ritmo das suas experiências. Às vezes vocês descansam, agora vocês encontram alguém, depois vocês estudam para si mesmos, etc.
Quando um estágio termina e um outro começa não é determinado pelo tempo do relógio – algo externo – mas pelo seu fluxo interno de sentimentos, por aquilo que parece natural para vocês.
Este sentido natural do tempo ou ritmo também pode fazer parte da vida na Terra. A subjetividade do tempo, isto é, o fato de que o tempo pode ser experimentado de formas diferentes em várias circunstâncias, é familiar a todos vocês.
Vocês dizem que “o tempo voa” quando vocês estão se divertindo, enquanto o tempo parece ficar parado quando estão na sala de espera do dentista, ou numa fila no supermercado.
Agora, o cético dentro de vocês poderá dizer: o tempo é percebido como vagaroso, quando as circunstâncias experimentadas são negativas, enquanto o tempo parece ir mais rápido quando as circunstâncias são positivas.
Mas, o tempo em si é sempre o mesmo, tiquetaqueando da mesma forma rígida, independente de como vivenciamos as coisas.
Esta é a noção de tempo de “estrutura objetiva”, também chamada noção linear de tempo. Ela se origina de uma abordagem racionalista, científica do tempo.
Mas, imaginem que não existissem relógios, nem noite e dia, nem quaisquer influências naturais como o sol, a lua e as marés, com as quais se pudesse medir o tempo.
Então, vocês só poderiam confiar no seu sentido subjetivo de tempo.
Sua medida objetiva de tempo – o relógio – não se baseia realmente em alguma coisa externa; ela é o produto da mente humana que deseja dividir e classificar. A mente humana extraiu certos tipos de coisas do fenômeno natural da Terra.
Mas “o tempo em si”, independente do fator humano, não existe. É uma ilusão, que é o produto de um tipo de consciência que está presa na crença da separação.
O tempo é essencialmente subjetivo.
O tempo é uma forma de moldar a experiência de tal forma que vocês possam compreendê-la. Por exemplo, às vezes vocês dizem de alguém: “Ele é uma alma velha”.
Vocês realmente estão pensando no número de anos ou de vidas dessa pessoa, quando se referem à velhice da sua alma?
Ou estão querendo dizer que ela expressa certas qualidades, como sabedoria, equilíbrio, serenidade, mais do que uma certa quantidade de tempo?
A referência ao tempo, na expressão “alma velha”, é realmente uma referência à experiência.
O tempo, no sentido completo da palavra, é a “dinâmica do vir a ser” no nível interno.
Pode ser um conceito útil, enquanto os ajude a articular o ritmo ou fluxo natural das coisas.
Mas, quando concebido como uma coisa objetiva, pairando sobre vocês, ele tende a limitá-los e a distrai-los.
Vocês não estão limitados a uma determinada linha de tempo.
Vocês não são um ser linear. Existem níveis do seu ser que estão fora da estrutura do tempo que vocês estão vivenciando no presente.
É para este aspecto de vocês, isto é, para a sua multidimensionalidade, que nós queremos dirigir a sua atenção agora.
Pamela Kribe
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