O momento em que passamos a nos interessar pelas questões de nossa alma é quando nosso coração está nos dando um chamado. Vivemos na ignorância até então, reagindo a emoções sem ao menos nos darmos conta de que elas existem dentro de nós.
Vamos tapando os buracos com camadas e camadas de ilusão e assim criando uma situação em nossas vidas que chega ao ponto de ser insustentável, tamanha a distância que estamos colocando entre nós e nosso verdadeiro caminho.
Criamos realidades utópicas e perseguimos aquilo como se fosse a salvação para nossas vidas, acreditando que se tivéssemos só mais aquela satisfação conseguiríamos ser felizes. É o caminho insaciável do ego, que pensa que felicidade é ter todas as suas carências supridas, quando a verdadeira felicidade é simplesmente não tê-las.
Assim, vamos levando a vida impulsionados pelas carências ilusórias e alimentados pela sociedade consumista que ajudamos a criar, até que nosso coração começa a emitir certos alertas como doenças, depressões, estagnações e só então percebemos que chegamos em nosso limite, o ponto onde ou prestamos atenção ao que nosso coração está tentando nos dizer ou padeceremos ali em tristeza e desalinhamento com o Amor Divino.
É um momento mágico, onde temos todas as opções em nossas mãos e a oportunidade de assumirmos novamente nosso poder.
Notamos, então, que nada sabemos sobre este guia amoroso que trazemos dentro de nós. O ego luta em nossa mente para não perder o controle, gerando dúvidas e inseguranças, fazendo-nos pensar que o caminho do conhecido é melhor do que um onde não sabemos como será o dia de amanhã.
A luta interna terminará no momento em que a gente humildemente aceita nossas limitações e incapacidade de criar a perfeição fora de nosso coração e consequentemente de Deus. Começamos então a reparar em nossas motivações e passo a passo vamos curando as emoções que precisam de nossa atenção.
Por isso existem os chakras inferiores, cada um é responsável por emoções estruturais específicas necessárias a este momento de passagem do ego ao coração. Assim, vamos construindo os novos alicerces que permitirão a sustentação do coração como o novo farol de nossas vidas.
Como estamos desacostumados com este modo de vida, principalmente no começo desta transição, temos a sensação de estarmos perdidos ou sem rumo. Neste momento, a maneira mais eficiente de começar a agir pelo coração é prestando atenção no contrário, percebendo quando não é o coração que está dando as ordens. Se o que nos motiva é medo, culpa, carência, desejo de suprir uma falta, insegurança, necessidade de proteção, de aprovação, de assegurar um resultado, certamente não é do coração que parte esta intenção.
O coração vive no aqui e agora, não prevê nem quer determinar o futuro. Ele sempre tem condições de vibrar com o que a gente tem agora, não precisa de nada externo para isso. Só precisa que você esteja aí para você mesmo, que você se abrace e diga a si mesmo que se ama, que se apoia e que sempre estará do seu próprio lado.
Quando a gente se diminui, compara-se com os outros, entregamos nosso poder ao mundo externo, nos vitimizamos, agimos por medo ou culpa, fazemos algo que nos desagrada para ter o reconhecimento alheio ou de alguma forma deixamos de nos apoiar, ele se protege e se esconde, dando um trabalhão para encontrá-lo novamente.
O coração é sereno, não tem carências nem desejos, ele ama, não importa as condições externas. Agindo em sua frequência vamos nos guiando por esta sintonia, por onde tudo flui facilmente. A vida simplesmente "acontece" pelo cardíaco. É o caminho da não-ação, diferente do da reação.
Nele, percebemos uma porta que se abre e amorosamente damos um pequeno passo em sua direção, então, a vida se encarrega de apresentar um novo cenário que vamos descobrindo e aproveitando. Novamente percebemos outra porta se abrindo e assim vamos caminhando, um passo de cada vez, aproveitando e vibrando com as novidades que a vida nos apresenta, no tempo natural do universo, não no do nosso ego.
O caminho do coração é o caminho da confiança e da entrega. Nele, entendemos que a partir de nossas pequenas personalidades nada temos condições de fazer, que somente Deus pode fazer algo em nossas vidas. A prova está aí no mundo egoísta que ajudamos a criar.
As emoções que antes nos escravizavam nas realizações efêmeras aos poucos vão sendo tratadas e curadas. Em um ritmo perfeitamente bom para nós vamos nos sintonizando cada vez mais com nosso novo guia, desenvolvendo nossa confiança e nos entregando em suas amorosas mãos.
Fiquem bem!
Rodrigo Durante
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