domingo, 5 de janeiro de 2014

Sexualidade e Espiritualidade



Queridos amigos,
Eu me alegro por estar com vocês outra vez. Quando Eu os vejo, não os vejo tanto como os corpos físicos que vocês vêem no espelho. É o seu interior que eu sinto e vejo: os movimentos internos dos seus pensamentos, sentimentos e emoções. Estou aqui para ampará-los na sua jornada.
Há um assunto que Eu gostaria de discutir aqui hoje, que tem tido grande impacto sobre vocês, através da sua história na Terra. É sobre a sexualidade e como ela é vivenciada por homens e mulheres.
Este não é um tema fácil. A sexualidade tem sido carregada com muitos julgamentos, medos e emoções. Praticamente não existe mais nenhum aspecto dela que seja espontâneo e auto-evidente. Isto é o mesmo que dizer que o aspecto inocente da sexualidade, o aspecto da criança inocente que explora livremente, se perdeu. Vocês ficam cheios de medo e tensão, quando se trata de expressarem-se sexualmente.
Eu quero falar desse peso nesta canalização, mas primeiro Eu gostaria de falar um pouco sobre o que a sexualidade significa do ponto de vista espiritual.
A sexualidade é a dança conjunta das energias masculina e feminina. Originalmente, a sexualidade é mais do que um ato físico. Ela devia ser uma dança na qual todos os níveis ou aspectos do casal participassem.
Eu vou distinguir quatro níveis ou aspectos que poderiam tomar parte nessa dança de energias.


QUATRO ASPECTOS DA EXPERIÊNCIA SEXUAL

Primeiro, há o nível físico, o aspecto do corpo físico.
O corpo é inocente. O corpo conhece o desejo sexual e a sensualidade – isto é algo que está presente espontaneamente dentro do corpo. O corpo busca a satisfação dos seus desejos, e é o ser humano, ou a consciência da alma no ser humano, que determina o modo como o desejo sexual se aplica e se manifesta. Mais uma vez, o corpo é inocente.
Ele conhece sensualidade e desejo. Não há nada de errado nisso. Isso pode ser uma fonte de divertimento, alegria e prazer. Mas o corpo, por si só, não pode escolher de que forma ele vai expressar a sua energia sexual. É você – o ser humano – que está a cargo disso, e o corpo precisa do seu comando.
Quando você quer experienciar a sexualidade da forma mais amorosa, o ponto de comando reside no coração. Quando você deixa que o seu coração se encarregue da sua energia sexual, ele encontra a sua expressão mais prazerosa.
A outra alternativa é deixar os seus pensamentos (julgamentos) ou as suas emoções governarem o fluxo sexual, e você vai ver que isto causa vários bloqueios na sua energia.
 Mas falarei disto mais adiante.

O segundo aspecto da dança sexual que eu gostaria de distinguir é o nível emocional. A união sexual é um ato profundamente emocional. Se você ignora este aspecto, você não está completamente presente no ato e você se fecha para o verdadeiro significado da sexualidade.
Em uma canalização anterior, chamada “Lidando com as emoções”, nós nos estendemos bastante nesta questão das emoções. Nós citamos as poderosas emoções de medo, raiva e tristeza e discutimos como elas podem tirá-los do seu centro.
Quando qualquer uma destas emoções poderosas está em ação num relacionamento entre duas pessoas e não é reconhecida e definida conscientemente, ela virá à tona quando estas pessoas estiverem intimamente unidas. Essas emoções podem causar reações psicológicas de resistência ou fechamento, quando elas estiverem em intimidade física, ou o corpo delas pode ficar incapacitado de sentir prazer ou excitação.
Sempre que existem esse bloqueios psicológicos ou físicos, é importante lidar com eles no nível em que eles se originaram: o nível emocional.
 Quando você tenta eliminar os sintomas físicos sem olhar para a dinâmica emocional por trás deles, você está desrespeitando a si mesmo e o seu corpo. Quando o corpo resiste à intimidade, ele lhe envia uma mensagem, pura e clara, de que existe um bloqueio emocional. Isso pode ser devido a um problema entre você e seu parceiro(a), ou pode ser uma ferida emocional que você traz consigo de uma vida passada.

 O que quer que seja, isso precisa ser definido e cuidado de uma forma gentil e amorosa, antes que a energia sexual possa fluir livremente.
Depois do nível emocional, vem o nível do coração, que é a sede do sentimento.
Na mesma canalização que Eu mencionei (“Lidando com as emoções”), nós fizemos uma distinção entre emoções e sentimentos.
 Os sentimentos pertencem ao domínio da intuição e conhecimento interior. O seu lado sentimental fala com você através de sussurros silenciosos, repletos de sabedoria e compaixão. As emoções são de natureza mais dramática e nós as chamamos de “reações de mal-entendimento”, porque isso é o que elas são em essência: explosões de não entender o que está acontecendo com você (veja a canalização citada, para mais esclarecimento).
Quando o coração se abre entre os parceiros sexuais, existe confiança, amor e segurança entre eles. Quando o coração está presente num encontro sexual, ambos permitem que a intuição observe o que está acontecendo entre eles quando eles estão em intimidade física. Os parceiros não escondem suas emoções, eles falam abertamente sobre elas.
Antigas dores podem vir à tona e são aceitas como tal. Cada um é aceito como é e esse tipo de aceitação é o maior poder curativo que existe. Quando você conecta a energia do seu coração com a sua energia sexual, pode haver uma grande cura numa área que está muito necessitada disso.
Entretanto, o coração também pode sutilmente impedi-lo de experienciar a sexualidade numa forma alegre e amorosa.
O coração pode ter se fechado para o prazer da sexualidade por diferentes razões.
Primeiro, pode haver um desejo no coração de se elevar acima da realidade física da Terra. Segundo, pode haver dogmas religiosos em ação para impedir o coração de se abrir para o que a sexualidade realmente é.
Falarei dessas duas questões agora.
O coração pode ter uma forte inclinação a se elevar acima do plano denso da realidade material. É uma espécie de saudade.
 Pode haver um desejo de unidade ali, que absolutamente não está voltado à união sexual, mas traz consigo uma sutil rejeição ao reino terrestre (e à sexualidade também).
Muitos de vocês conhecem o desejo de transcender a realidade.
 Muitos de vocês se lembram da energia de amor e harmonia que vocês experienciaram nos reinos não-materiais, antes de encarnarem na Terra. Seu coração chora pela tranqüilidade e suavidade dessa vibração. Vocês tentam beber dessa energia, quando vocês meditam.
Geralmente os chakras superiores (do coração, da garganta, terceiro olho e chakra da coroa) são ativados dessa maneira. Eles se abrem, enquanto os chakras inferiores (plexo solar, umbigo e cóccix), que são mais vitais para o seu eu terreno, são mais ou menos abandonados.
Isso também acontece, de uma forma menos natural,  quando se tomam drogas.
 Quando uma pessoa toma uma substância para expandir a mente, seus chakras superiores são escancarados artificialmente e ela pode experimentar um êxtase e bem-aventurança temporários, que a faz esquecer-se dos aspectos densos e pesados da realidade terrena.
Embora o desejo e a ânsia de transcender seja compreensível, é importante fazer as pazes com a realidade terrena. Do contrário você cria uma separação artificial entre as partes superior e inferior do seu campo energético.
Você dá preferência a estar com a sua consciência na parte superior da sua aura, e faz crescer uma resistência sutil ou aberta à realidade do corpo, às emoções e à sexualidade. Isso cria um desequilíbrio no seu campo energético.

Quando você estiver com essa saudade, tente perceber a razão e o propósito de você estar na Terra neste momento. Seu motivo para estar aqui não é transcender a Terra, mas trazer o Lar aqui para baixo, para a Terra. Esta é uma jornada sagrada.
A segunda razão para o coração se intimidar diante da sexualidade são os dogmas religiosos, geralmente de vidas passadas. Você pode ter tido vidas nas quais fez votos de castidade ou nas quais lhe ensinaram a sentir vergonha ou culpa a respeito do prazeres do corpo e da sexualidade.
 Estas energias ainda podem estar presentes no seu coração. Por causa disso, você pode ter julgamentos negativos ou uma sutil resistência à intimidade física. Estes julgamentos e sentimentos não se fundamentam na verdade. Mais uma vez, Eu quero dizer que o corpo em si é inocente.
Prazer, desejo e simplesmente todos os processos físicos que os fazem ansiar pela união sexual, são processos naturais e saudáveis.
Os desequilíbrios que ocorrem na área da sexualidade são quase sempre devidos a níveis não-físicos, dos quais Eu acabo de descrever dois.
O quarto e último nível é o aspecto da mente. No nível da mente, pode haver crenças morais ou espirituais que o impedem de aproveitar a sexualidade.
 A maioria dessas crenças é de natureza religiosa.
No nível espiritual, você pode sentir que o corpo físico é uma espécie de prisão. Essa realidade não-física dos “reinos mais elevados” (como vocês o chamam, não Eu) é tão valorizada, que a realidade é menosprezada. Isto acontece freqüentemente entre os Trabalhadores da Luz.
 Especialmente entre eles, freqüentemente há uma resistência ao prazer e alegria que a sexualidade pode oferecer. Isto vem, em parte, das crenças religiosas e morais, e em parte da simples inexperiência neste aspecto da vida.
 Muitos Trabalhadores da Luz passaram muitas vidas como padres, freiras, ou em papéis similares, afastados da comunidade, sem um parceiro(a) nem uma família.
Eles se concentraram tanto na espiritualidade, que a área da sexualidade foi negligenciada.
 Assim, no nível mental ou espiritual, pode inclusive haver uma falta de hábito que os impede de explorar a energia sexual.

Geralmente as pessoas religiosas têm uma falta de respeito pelo corpo na sua expressão natural. Isto é verdadeiramente lamentável, pois, do nosso lado, a expressão na matéria é vista como o caminho mais sagrado que a alma pode tomar. Semear e ceifar as sementes da sua dignidade tão longe de casa, na realidade da forma, é uma incumbência sagrada.
 É um ato divino, criativo, da mais alta ordem.
Talvez, em algum momento, você tenha presenciado a morte de alguém ou testemunhado o nascimento de uma criança. Nesses momentos, as almas entram ou abandonam a dança com a matéria. Esses dois instantes são cercados de uma atmosfera de sacralidade.
 Pode-se sentir isso como um silêncio profundo, envolvente, repleto de honra, que anuncia a vinda ou a partida de uma alma.
 Portanto, do nosso lado do véu, existe o mais profundo respeito pelo que vocês fazem nesses momentos. A dança com a matéria é sagrada. E vocês a detestam, tão freqüentemente!
A sexualidade, no seu verdadeiro sentido, é a dança na matéria que, ao mesmo tempo, se eleva sobre a matéria. Em uma manifestação sexual equilibrada, vocês transcendem a realidade material, sem ignorar ou reprimi-la, sem abandonar os três chakras inferiores e buscando o êxtase através dos seus chakras superiores. A sexualidade completa integra todos os níveis do seu ser.
 A sexualidade faz o papel de ponte sobre o abismo entre a matéria e o espírito.

Quando duas pessoas estão em intimidade física de uma forma amorosa, todas as células dos seus corpos vibram um pouco mais rápido… elas começam a dançar um pouco. Abre-se um portal para uma realidade energética de uma vibração ligeiramente mais alta e para um sentimento mais suave. Depois de uma relação sexual em que participa a totalidade do seu ser e a do seu parceiro(a) – corpo, mente e alma – vocês se sentem em paz e felizes ao mesmo tempo.
 Há um êxtase silencioso. As células dos seus corpo experimentaram a energia do amor e, nesse momento, trouxeram a realidade do Amor para mais perto de vocês. Vocês canalizaram a energia divina do Amor que deseja tão carinhosamente fluir através de vocês e que tem simplesmente o maior respeito pela sua natureza sexual.
Quando a energia de todos os quatro níveis fluem juntas durante uma relação sexual, esta é um ato de criação divina. É simplesmente natural que crianças nasçam de um ato desses.
 Quando a dança do masculino e feminino é realizada desse modo tão prazeroso, ela só pode gerar coisas boas e agradáveis.
Quando uma criança é concebida deste modo, ela entra no reino terreno através de um escorregador de amor e luz. Esta é a acolhida mais amorosa que uma alma pode ter na Terra.
Pelo fato da energia sexual ser tão preciosa, nós lhes pedimos: por favor lidem respeitosamente com a sua sexualidade. Quando houver problemas, medos ou tensões ao redor dela, não julguem a sexualidade em si mesma, nem desistam dela, pois ela é uma parte natural de vocês, e uma parte sagrada.


PROBLEMAS SEXUAIS E A BATALHA DOS SEXOS

Eu gostaria de entrar um pouco na história da sexualidade e depois falar alguma coisa sobre os problemas específicos que as mulheres e os homens vivenciam hoje em dia, na expressão pessoal da sua sexualidade.
Muitas coisas têm acontecido nessa área.
 Em essência, a sexualidade carrega um grande potencial de luz, mas por causa disso, também existe a potencialidade de um grande abuso. A história da qual quero falar é a da luta de poder entre homens e mulheres. Essa história é antiga e, na verdade, começou na época em que os impérios extra-terrestres, galácticos, começaram a interferir na vida da Terra (veja um relato detalhado desse processo na “Série Trabalhadores da Luz”, no site www.jeshua.net/por).
 Antes disso, a Terra era uma espécie de paraíso, o Jardim do Éden, onde prevaleciam a beleza e a inocência.
 Não vamos discutir essa era aqui, mas simplesmente observar que vocês estão na fase final de uma luta de poder, que é muito mais antiga do que os 5000 anos dos seus registros históricos. 
Na última etapa dessa história, os homens desempenharam claramente o papel de agressores e opressores. Mas nem sempre foi assim.

 Houve um tempo em que a mulher era muito mais poderosa, tanto na vida pública, quanto na vida privada. Ela também oprimiu a energia masculina de forma cruel e sádica.
Vocês sabem que a mulher não é naturalmente o sexo oprimido ou subjugado, e nem o sexo mais amoroso. O estereótipo da mulher doce mas indefesa e do homem forte mas insensível está mais relacionado com a última fase da história que acabo de mencionar, do que com o homem e a mulher propriamente ditos.
Houve épocas, anteriores às dos seus registros históricos, nas quais as sociedades matriarcais eram vistas como um padrão.
 Nessas épocas, as mulheres também usaram sua energia de uma forma destrutiva, desrespeitando a força vital e a criatividade de todo ser humano. Houve um tempo em que a mulher tinha poder sobre o homem. As mulheres controlavam e manipulavam os homens, usando os poderes da emoção e intuição, com os quais elas têm uma afinidade natural.
Elas também usavam suas habilidades psíquicas para controlar os homens. Havia, por exemplo, sacrifícios e rituais, onde homens eram torturados e mortos.
Quero enfatizar este aspecto, porque a sua história oficial pinta um quadro unilateral da relação entre homem e mulher. A opressão da mulher pelo homem foi evidente durante todo o período coberto pelos seus registros históricos. Mas o rancor e o ódio que os homens apresentaram (e ainda podem apresentar) contra as mulheres não veio do nada. Além das tradições e hábitos culturais que os influenciam, há também profundas feridas emocionais na alma masculina coletiva, que vêm de uma era muito mais antiga.
Sem entrar em detalhes sobre essa era, Eu gostaria de convidá-los a sentirem por si mesmos se é possível que vocês tenham experienciado isto. Para as mulheres, a pergunta é: “Vocês podem imaginar que um dia vocês exerceram poder sobre os homens e tentaram, com sucesso, controlar a energia deles?” E para os homens a pergunta é: “Vocês podem imaginar que isto aconteceu em larga escala e que vocês eram o ‘sexo fraco’?” Ao fazerem esta pergunta internamente, a si mesmos, talvez vocês recebam algumas imagens ou fantasias. Deixem a sua intuição mostrá-las para vocês e observem as emoções que vêm à tona. Isto pode ser surpreendente.
O ódio e o ressentimento surgiram na alma coletiva masculina por causa desta antiga história. Isso manifestou-se na opressão da energia feminina na área da política, mas também na área da religião, particularmente através da Igreja.

 A idéia de que a sexualidade é pecaminosa ou, no máximo, um mal necessário, é uma linha de pensamento masculina que foi influenciada pelo ódio e ressentimento, que resultaram da repressão masculina em uma outra era. Nessa época, a sexualidade masculina era considerada um instrumento de procriação, sem respeitar a parte sentimental do homem, nem os laços entre um pai e seus filhos.
 Freqüentemente os filhos eram criados pela mãe, separados do pai, e praticamente nenhuma atenção era dada ao que o pai pensava ou queria.
 Os valores importantes eram transmitidos pela figura da mãe, e a inferioridade dos homens era um desses valores. O homem era mais um “burro de carga” do que um parceiro em igualdade de condições.
Além da Igreja ser um baluarte da energia masculina frustrada, o mundo da ciência também apresenta hostilidade em relação à energia feminina.
 Embora a ciência e a religião sejam, em muitos aspectos, inimigos naturais, elas estão unidas na resistência ao aspecto intuitivo e fluente da energia feminina.
Os dogmas da Igreja são rígidos e sufocantes, mas os métodos científicos também são limitadores, de uma outra forma. Embora o ímpeto por trás da ciência moderna tenha sido esclarecedor e inovador (no desejo de destronar a falsa autoridade), ela ficou emperrada em um tipo mesquinho de pensamento racional, que não permite a participação da energia feminina.

 O pensamento científico é analítico e lógico, mas não se abre suficientemente para a imaginação e para as fontes extra-sensoriais (intuitivas) de observação.
 No entanto, a aversão que muitos cientistas sentem pelo “paranormal” e por tudo que não pode ser explicado racionalmente, em parte se deve a uma lembrança que a alma tem da dor e da humilhação, e que vem de um tempo em que as mulheres abusaram dos poderes psíquicos, utilizando-os contra eles como um instrumento de manipulação.
Estou falando desta história antiga porque Eu gostaria de deixar claro que, na “batalha dos sexos”, em última análise, não existem vilões nem vítimas, não existem “bonzinhos e malvados”, porque todos vocês foram ambos. Foi uma luta entre as energias masculina e feminina, na qual essas energias se tornaram opostas, embora originalmente elas fossem complementares uma à outra.
Nos dias de hoje e nesta era, os homens e as mulheres estão sendo convidados a unirem suas forças outra vez e a re-encontrarem a alegria e a dignidade da dança original do feminino e masculino.
Essencialmente, a energia feminina guia e inspira, enquanto a energia masculina serve e protege.
 A energia feminina é a inspiração por trás de qualquer criação; o aspecto masculino cuida da manifestação na forma e na ação. Ambas as energias trabalham através de todo ser humano, através de todo indivíduo, seja ele masculino ou feminino.
Não é realmente relevante se você é um homem ou uma mulher; o que conta é o equilíbrio e o relacionamento entre as duas energias dentro de você.


BLOQUEIOS NA SEXUALIDADE FEMININA

Agora Eu falarei sobre os bloqueios de energia na área da sexualidade, que se aplicam especificamente às mulheres e aos homens. Nas mulheres, a área dos dois primeiros chakras (do cóccix e do umbigo) foram as mais danificadas e feridas, como resultado da opressão e violência sexual de séculos.
 Durante um bom milênio, as mulheres estiveram enquadradas dentro de um papel de subserviência em quase todas as áreas da sociedade, e isto ainda acontece em muitos lugares da Terra.
Em relação à sexualidade, essa desigualdade manifestou-se como rapto, estupro, agressão e humilhação em larga escala. Como resultado disto, muitas mulheres – na verdade, a alma feminina coletiva – sofreram incrivelmente. Existem profundas feridas emocionais, que precisam de tempo, amor e um extremo cuidado para serem curadas.
Freqüentemente, as mulheres sentem a atração pela união sexual como um desejo do coração, ou como um sentimento espiritual.

Mas, durante a intimidade física, pode ser que elas não consigam expressar livremente a sua sexualidade, devido aos bloqueios de energia no primeiro e segundo chakras. Nesses centros, existem lembranças (da alma) da sexualidade que lhes foi impingida e que as humilhou. Essas experiências foram tão dolorosas, que a mulher retirou a sua energia e a sua consciência da área do abdome. E agora, quando essa área é tocada novamente de uma forma sexual, os músculos instintivamente se enrijecem ou o corpo emocional automaticamente sinaliza uma resistência. As células físicas estão conscientes do trauma e não aceitam tão facilmente o convite para dançar.

Elas querem se fechar e criar uma barreira, para proteger a mulher contra mais agressão. Esta reação é totalmente compreensível e sempre se deveria lidar com ela da maneira mais respeitosa.
O uso de qualquer tipo de força para tirar essa resistência é uma forma de violentar novamente esses centros feridos.
Se você, como mulher, tiver essas emoções, é muito importante tornar-se completamente consciente dela: pode haver raiva, resistência ou medo em relação à intimidade física.
E todas essas emoções são mais antigas do que o relacionamento em que você está envolvida; inclusive mais antigas do que esta sua vida. Pode haver traumas muito antigos, nesses chakras inferiores, que causaram cicatrizes emocionais profundas. 
Se você é uma daquelas mulheres que reconhecem essa dor, Eu gostaria de aconselhá-la a se familiarizar com suas vidas passadas, nas quais você foi o ofensor ou agressor (como o oposto da vítima). Ou, caso tenha dificuldade para acessar vidas passadas, a entrar em contato com a “energia da mulher agressiva e poderosa” que existe dentro de você. Isto pode parecer muito estranho, mas a razão é a seguinte: se você foi vítima de violência sexual, isto criou muita raiva no seu campo de energia.
 Pode haver raiva lá de muitas vidas passadas. Essa raiva bloqueia você e a mantém presa num sentimento de impotência e na sensação de ser uma vítima.
 Para liberar a raiva, você precisa do entendimento. Você precisa entender porquê e para quê; você precisa ver um quadro mais amplo da situação. Se você puder se imaginar como uma mulher poderosa, que poderia ser impiedosa e cruel com os homens, e sentir internamente que isto também é parte de você, então a raiva poderá se dissolver.
Assim poderá surgir uma compreensão mais abrangente, um conhecimento interior de que você é parte de uma história cármica maior, na qual você desempenhou tanto o papel de agressor como o de vítima. É quase impossível liberar as suas emoções de dor e impotência e a sua sensação de ser uma vítima, sem olhar também para o seu outro lado, o “lado escuro”.
Você não precisa necessariamente voltar a vidas passadas para reconhecer essa parte escura dentro de si. Você também pode se tornar mais consciente dela, observando a si mesma no seu dia-a-dia.

Quando você sentir essa energia (isto é, a vontade de exercer esse poder e ferir os outros), poderá perceber que você não tem sido apenas a vítima indefesa das circunstâncias externas. Existe um laço cármico entre o agressor e a vítima: ambos os papéis refletem aspectos de você mesma.
Assim que você reconhece e aceita o seu lado escuro, você pode olhar para as suas feridas internas de uma forma diferente, e pode começar a perdoar.
Quando existe entendimento, a raiva pode se dissolver e você pode entrar em contato com a camada de emoções por baixo dela; a tristeza, o desgosto, a dor que existe em várias camadas, inclusive no próprio corpo físico.
É muito importante que as mulheres reconheçam o seu lado agressor e trabalhem com ele. Se existe ódio e ressentimento em você em relação à sexualidade, entenda que quanto mais ódio e raiva você sente, mais você se identifica com o papel de vitima e mais você sabota a sua liberdade.
 Tente perceber internamente que, na arena da sexualidade, está se desenrolando um jogo cármico, no qual você desempenhou os dois papéis – tanto o do “mocinho” quanto o do “bandido”.
 A partir daí, você poderá ir para o perdão: perdoar a si mesma e perdoar outra pessoa. As coisas acontecem por alguma razão.
Atos de violência e repressão podem parecer sem sentido, mas sempre existe uma história por trás deles. E sempre que existe violência sexual envolvida, ela deixa marcas profundas em todos os quatro níveis do ser humano.


BLOQUEIOS NA ENERGIA MASCULINA

Quanto à experiência de sexualidade masculina, a maioria dos bloqueios que ocorrem estão no nível do coração ou da cabeça.
Nesses níveis, pode haver um medo de se entregar, um medo da intimidade emocional profunda. Este medo é muito mais antigo do que vocês podem se lembrar.
 Ele está relacionado com a época em que as mulheres dominavam os homens. Isto fez com que o jogo da atração sexual, que inicialmente era inocente e espontâneo, se tornasse ameaçador.
Os homens aprenderam que era perigoso mostrar suas emoções e abrir seu coração para suas parceiras.
Dentro dos homens, existem medos profundamente assentados, relacionados com a entrega ao seu lado sentimental, e esses medos não se manifestam necessariamente no nível físico.
 Os homens podem participar do ato sexual físico, enquanto mantêm seus sentimentos à parte.
 Ou seja, o homem pode estar sexualmente presente no nível físico, enquanto a sua natureza sentimental está (parcialmente) ausente.
As suas emoções estão presas devido a esse medo de se abrir e se tornar vulnerável à rejeição mais uma vez. Sua alma conserva as antigas lembranças de quando ele foi abandonado e ferido emocionalmente.




PACIÊNCIA E AMOR

Geralmente, os bloqueios de energia são um pouco diferentes nos homens e nas mulheres.
 Portanto, é muito importante que o casal se comunique abertamente a respeito do que cada um sente e percebe quando estão juntos. Quando você realmente confia no seu parceiro (ou parceira), você pode investigar – sem sentir vergonha – onde a sua energia sexual fica bloqueada, quando vocês estão em intimidade.
 Você pode fazer isto, simplesmente observando até que ponto você se permite sentir e expressar o fluxo de excitação e intimidade, quando ele começar a surgir entre vocês.
 Perceba se você se sente preso ou bloqueado em alguma parte do seu corpo ou em algum ponto das suas emoções e sentimentos. Você sente um calor no seu coração quando vocês estão juntos? Você sente uma abertura espiritual em relação ao outro?
Você está preparado para se relacionar com o outro, na totalidade dele?
Parece esquisito, mas vocês têm medo da intimidade verdadeira.
Todos vocês desejam intensamente um relacionamento satisfatório. Nas ruas, todos os cartazes se referem a um relacionamento emocional e sexualmente gratificante.
 Mas a verdadeira intimidade assusta vocês. Quando alguém se aproxima demais e lhes é pedido que tirem suas máscaras, surgem vários tipos de inibição, das quais vocês não tinham consciência.
Nos momentos em que elas vêm à tona, tentem não julgar a si mesmos por causa disso. Ao contrário – vejam isso como uma oportunidade de pesquisar essas inibições e bloqueios que existem dentro de vocês.
Ninguém está livre deles.

 Praticamente todas as pessoas têm bloqueios que os impedem de experienciar a sexualidade no sentido completo que Eu descrevi no começo. É por isso que Eu quero pedir a todos vocês que olhem para o seu fluxo de energia sexual interno com amorosa consciência – quer vocês estejam sozinhos ou num relacionamento – e tratem os bloqueios que vocês encontrarem, com carinho e respeito.
A força é o pior conselheiro nessas questões. Paciência e amor são vitais.
Mantenham vivo desejo de uma experiência sexual verdadeira e completa!
Vocês não precisam jogar fora a criança junto com a água do banho. O desejo é saudável. O caminho para uma experiência de sexualidade plena e feliz pode ser longo e tortuoso. Mas, durante o percurso, vocês farão crescer amor e compaixão por si mesmos e pelos outros, e isto é imensamente valioso no seu mundo humano.
Vocês estão curando uma antiga história de lutas entre o homem e a mulher. As energias masculina e feminina querem voltar a se unir e participar de uma dança de alegria e criatividade.
Qualquer contribuição que vocês façam neste sentido, no nível individual, tem uma influência positiva na alma coletiva do homem e da mulher. O amor de vocês por si mesmos faz com que as energias de paciência e amor se  tornem disponíveis para os outros.

© Pamela Kribbe 2005
www.jeshua.net

Tradução para o português: Vera Corrêa  veracorrea46@ig.com.br
Revisão: Luiz Corrêa
 

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